28.10.08

A Fonte Luminosa


Tinha tudo para dar errado, mas Walmir Ayala preferiu seguir em frente, encantando crianças e adultos com textos que vão ficar pra sempre na memória de seus leitores. Isso porque a vida desse autor foi marcada por fatos bastante tristes: duas perdas trágicas que preferimos nem contar aqui - uma aos quatro anos de idade, a outra dois anos antes de se despedir da gente.

O livro de Walmir Ayala que marcou a minha infância foi A Fonte Luminosa. Devo ter lido essa obra quando tinha apenas oito anos. Um intrépido menino vive uma aventura fantástica ao lado de um coelho branco, de uma formiga fujona, de um caracol solitário e de um camundongo medroso. Vale a pena ter coragem e enfrentar o suposto dragão invisível para conseguir chegar à fonte das águas coloridas, um tesouro de beleza, capaz de realizar desejos.

A linguagem do livro possui características bem próprias da época em que foi lançado, o ano de 1984, com um jeitão ainda sério e comportado de narrar a trama. Mas o que vale é a fantasia misturada a boas doses de inocência, coisa que o tempo tem deixado pra trás (e não devia!). Fica aqui a minha homenagem a esse escritor-poeta que me inspirou a guardar dentro de mim uma fonte de sonhos luminosos que até hoje me acompanham pela vida afora.

Walmir Ayala nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1933; e nos deixou com uma saudade apertada no peito em agosto de 1991. A primeira imagem que você vê acima é uma ilustração do livro A Fonte Luminosa, feita com muito carinho por Semíramis Paterno.
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PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

25.10.08

Não sei


Às vezes eu fico na dúvida:
Será que é o caminho que escolhe a gente?

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Constatação, constelação...


Eu sou feito poeira de estrela
Eu sou feito de um resto de céu
Eu sou feito e desfeito
Acho que, pra mim, não tem jeito.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

22.10.08

Dia especial


Eu nasci numa noite quente de sábado. Faltava pouco para as dez da noite. Era primavera: 22 de outubro. E os verões, de lá pra cá, passaram assim, vuuum... voando!
E o engraçado disso tudo é que não consigo parar de viver.
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PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

17.10.08

Enquanto isso, na floresta...


A Chapeuzinho Vermelho ficou louca e ameaçou quebrar a fuça do Lobo. “Lobo fedorento, eu te conheço! Sei da sua fama! Malvado, pulguento, dentuço! Some da minha frente! Vou te jogar um spray de pimenta, vai ver só!” O Lobo achou estranho: “Credo! Ainda não fiz nada, sua 'fedelha' resmungona! Vai cuidar da sua avó, aquela velha chata com cheiro de naftalina!”. E acabou que ele não comeu a vovó, "como manda o figurino"! Os dois ficaram lá, batendo boca, até altas horas. Parecia debate político em época de eleição.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Senhor da razão


A roda do tempo falou pra ele: “Se vira, garoto! Vai amar! Faça amigos! Escreva sua estrada, enfrente as dores, não adormeça antes de o sol se pôr!”.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

11.10.08

Feliz dia feliz


Havia algo bonito lá fora. Não sei se era esperança. Acho que era.

Feliz dia das crianças
(para as crianças felizes e para aquelas que ainda vão ser)!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

9.10.08

Apenas


Não há nada errado com meu sorriso. São só minhas mãos que quase não conseguem mais tocar este mundo cada vez mais áspero.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Dia das crianças


Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira (...)

"Há tempos" - LEGIÃO URBANA

Dia das crianças


Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor (...)

"Não me deixe só" - VANESSA DA MATA

Dia das crianças


Dá-me tu amor, solo tu amor (...)

"Trac Trac" - PARALAMAS DO SUCESSO

7.10.08

Fugindo do paraíso


Ops! O crime não compensa.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

3.10.08

De mudança


A lágrima saiu sem querer. Passeou pelo rosto e sumiu antes de chegar ao queixo. A tristeza, querendo liberdade, pretensa navegante naquela gotinha, acabou indo embora, viajante-caroneira na lágrima-vapor, futura gota-de-chuva-alegria lá pelas terras secas de um mundo próximo dali.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Agora acabou


Pode chorar baldes e baldes por mim. Mas desisti do seu amor (eu acho!). E daí? Vento seca tudo, até lágrima no rosto. E, da janela da minha torre, vento e lugares alegrando as vistas são o que não faltam. Ó, olha ali! No meio dessa vastidão de prédios, no meio dessas colinas de cimento, já consigo avistar uma flor.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Diário do menino com gel - baseado em mim mesmo



Meu cabelo vive empetecado de gel. E o desejo número um dos meus amigos é saber como eu ficaria sem nada na cabeça. Agora não sei se eles falam assim porque querem me ver de cabelos esvoaçantes ou completamente careca mesmo. Meia dúzia de meninas já experimentou atrapalhar minha cabeleira emoldurada. Tentativas em vão. Sou mais esperto que suas garras afiadas e sedentas por alvoroço. Certa vez, para me desvencilhar das arruaceiras, lutei capoeira, dancei em roda e só faltou um salto mortal. Não conseguiram tocar em mim. Mas, calma! Vou rapar tudo ainda neste ano... deixar uma penugem bem fininha. E aí vão poder realizar o sonho de fazer cafuné nessa cabeça lotada de minhocas. É só charminho. É só suspense. Senão perde a graça.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA