26.12.08

Mudanças na língua portuguesa


Chiii! E agora? Como vai ser? Vou ter de reaprender a língua portuguesa? A partir de 2009, mudanças na forma de escrever vão afetar a nossa vida. Quer saber tudo?

Então clique nos links abaixo:

23.12.08

Menino Jesus


Para o teu nascimento
o céu se arrumou inteiro:
estrelas escreveram o teu nome,
cometas construíram um caminho
com poeira de luz
para que teu destino,
carruagem de sonhos,
pudesse passar.
(...)

Para teu nascimento
o universo inteiro
desfraldou suas velas.

ROSEANA MURRAY

UM NATAL PERFEITO PARA VOCÊ!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

22.12.08

Enquanto o Menino não nascer...


Pense em como seria um Natal de verdade.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

18.12.08

Pedido


Papai Noel, eu não quero crescer, que assim tá bom, viu?

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

O brilho sobre nós


Eu vi a estrela passar. Será que é o Menino?

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

4.12.08

Diário do menino com gel - Ele existe!


Queria tanto que fosse ele. Meu coração saltou aqui na boca! Ele existe, eu sei disso! Eu nunca tive uma gota assim de dúvida. É claro que não sou bobo nem nada de ficar acreditando nesse bando de impostores metidos a Papai Noel e que invadem a cidade nesta época do ano: barriga de mentira, saco de mentira, gargalhada de mentira! Tudo de mentira! O verdadeiro não fica por aí dando sopa, não! Ah, não fica mesmo! Ele tem mais o que fazer! Só deixa o Pólo Norte na noite de Natal e olhe lá!

Que era especial, isso era! Veio ao meu encontro andando bem devagar. Surgiu de um modo misterioso, que nem faria o genuíno senhor Noel. Me olhou com a intimidade de quem me conhecia há milênios. E se inclinou com dificuldade para falar bem baixinho no meu ouvido: “Oi, como vai você?” Levei um susto, mas um susto!... Depois perguntou (do jeitinho que o Papai Noel original perguntaria): “Neste Natal, você quer ganhar o quê?”

Uaaauuu!... Só podia ser ele mesmo! O autêntico! O próprio! O real! Foi direto ao assunto. Não ficou rodeando, me oferecendo balas e sorrisos, muito menos olhou pros meus pais primeiro, querendo agradar ou fingir cara boa. Dava a entender que estava com pressa, só precisava saber mesmo o que eu estava a fim de ganhar no Natal.

Na hora fiquei um pouco com vergonha de dizer ali, no meio do shopping, uma coisa assim tão íntima, tão confidencial... Ora, o presente que a gente quer ganhar só se fala pra mãe, pro pai e pro Papai Noel de verdade! E se não fosse ele? Achei melhor não arriscar! Só que acabei contando tudo sem ter certeza absoluta de sua identidade: “Uma bola de futebol e um disco do Balão Mágico”. Que raiva! Ai, que mico, que mico, que mico! Minha cara queimou! E se eu estivesse diante de mais um dos milhares de falsos Noéis que vivem abusando da confiança das pobres criancinhas iludidas?

Peraí!!!... Um detalhe me chamou a atenção! As luvas dele eram muito sujas! O verdadeiro Papai Noel jamais calçaria luvas tão encardidas (A menos que tivesse trocado os pneus do trenó!)! Decepção! “Ainda não foi dessa vez”, pensei! Será que, um dia, teria a sorte de estar diante do legítimo Noel?

Ele foi embora, depois de plantar uma pulga enorme e cabeluda atrás da minha orelha esquerda. Aquele Papai Noel duvidoso tinha tudo pra ser um Papai Noel cem por cento verdadeiro. Mas e as luvas? Alguém me explica se o bom velhinho pode ter umas luvas imundas daquelas? No Pólo Norte, por acaso faltam água e sabão?

Algumas explicações sobre as luvas sujas do Noel

1 – Já sei! Só o Papai Noel original cumprimentaria todos os meninos e todas as meninas do planeta. De tanto pegar nas mãos das crianças, ele ficou com as luvas imundas! Dúvida: se ele não sai de casa pra nada (somente na noite de Natal), como pode ter cumprimentado tanta gente?
2 – Talvez, se ele estivesse de luvas limpas, branquinhas, seria facilmente reconhecido pelas crianças e nem conseguiria andar livremente pelo shopping. Porque aí, sim, a molecada iria ter certeza de quem ele era. Ia ter gente demais pedindo autógrafo, foto, presente...
3 – O Papai Noel ainda não conhece aquele famoso ditado: “Uma mão lava a outra”.
4 – Nenhuma das alternativas acima.
5 – Todas as alternativas acima.
6 – Vou pensar (que agora me deu um nó na cabeça!). Hohohohohohohoho! (risada de Papai Noel)

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

28.11.08

É o que acontece no fim


A mentira quis voar bem alto, mas o tempo a levou embora.
No lugar dela, ficou a verdade, porque, mesmo na tempestade, ela sabe se virar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Pasmaceira


O sol no fim do domingo é um colchão de preguiça querendo as estrelas.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Falível


Queria a todo custo
Poderes de um Super-Tal
Pra cessar o choro
Que vem no temporal.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Eu vi o rei


Eu vi o rei chegar (...)
Um rei assim
Que não escuta bem
Que adora luz
Mas não vê ninguém
Prefere olhar
O horizonte, o céu
Longe daqui é tudo seu...

(...)

Seu sangue azul
Ninguém diz de onde vem
De que sertão
De que mar, que além
E para nós
Ele jamais se abriu
Só uma vez
Quando partiu (...)

MARINA LIMA

Besteirol


Se os poemas que triturei no multiprocessador de idéias cálidas virassem canção, viveria eu no ritmo congelante da dança-da-chuva, da transpirante dança-do-sol ou da impaciente dança-dos-retalhos-amassados-de-abraço. E, disfarçado de métrica, voaria pela janela ao lado das palavras que irão te atingir no varal.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

A paz


Eu vim, vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais" (...)

ZIZI POSSI

9.11.08

Tudo pode mudar


Amiga para toda hora. Além de despertar emoções e te fazer sonhar, a literatura infantil pode te ajudar naqueles momentos mais difíceis. Sabia?

8.11.08

Mais fumaça, maria


Lá vem ela, largando de banda, anoitecendo o dia com fuligem, amanhecendo sorrisos com o apito. E o menino vai embora, apostando corrida com a maria; parece que quer agarrar com a mão a felicidade.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

7.11.08

Quimeras


Quando ficar triste,
achando tudo mentira,
verá sonhos invertidos:
como imagens no espelho
mostrando por antônimos
o que o outro queria ter sido.
Não brigue: a verdade mais frágil
saberá dele.

RITA APOENA

2.11.08

Medroso!


O coração precisava dizer "eu te amo" a alguém
Sem saber se aquilo era amor,
se era paixão...
Preferiu o silêncio
Com medo de um "não".

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

28.10.08

A Fonte Luminosa


Tinha tudo para dar errado, mas Walmir Ayala preferiu seguir em frente, encantando crianças e adultos com textos que vão ficar pra sempre na memória de seus leitores. Isso porque a vida desse autor foi marcada por fatos bastante tristes: duas perdas trágicas que preferimos nem contar aqui - uma aos quatro anos de idade, a outra dois anos antes de se despedir da gente.

O livro de Walmir Ayala que marcou a minha infância foi A Fonte Luminosa. Devo ter lido essa obra quando tinha apenas oito anos. Um intrépido menino vive uma aventura fantástica ao lado de um coelho branco, de uma formiga fujona, de um caracol solitário e de um camundongo medroso. Vale a pena ter coragem e enfrentar o suposto dragão invisível para conseguir chegar à fonte das águas coloridas, um tesouro de beleza, capaz de realizar desejos.

A linguagem do livro possui características bem próprias da época em que foi lançado, o ano de 1984, com um jeitão ainda sério e comportado de narrar a trama. Mas o que vale é a fantasia misturada a boas doses de inocência, coisa que o tempo tem deixado pra trás (e não devia!). Fica aqui a minha homenagem a esse escritor-poeta que me inspirou a guardar dentro de mim uma fonte de sonhos luminosos que até hoje me acompanham pela vida afora.

Walmir Ayala nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1933; e nos deixou com uma saudade apertada no peito em agosto de 1991. A primeira imagem que você vê acima é uma ilustração do livro A Fonte Luminosa, feita com muito carinho por Semíramis Paterno.
...
PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

25.10.08

Não sei


Às vezes eu fico na dúvida:
Será que é o caminho que escolhe a gente?

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Constatação, constelação...


Eu sou feito poeira de estrela
Eu sou feito de um resto de céu
Eu sou feito e desfeito
Acho que, pra mim, não tem jeito.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

22.10.08

Dia especial


Eu nasci numa noite quente de sábado. Faltava pouco para as dez da noite. Era primavera: 22 de outubro. E os verões, de lá pra cá, passaram assim, vuuum... voando!
E o engraçado disso tudo é que não consigo parar de viver.
...
PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

17.10.08

Enquanto isso, na floresta...


A Chapeuzinho Vermelho ficou louca e ameaçou quebrar a fuça do Lobo. “Lobo fedorento, eu te conheço! Sei da sua fama! Malvado, pulguento, dentuço! Some da minha frente! Vou te jogar um spray de pimenta, vai ver só!” O Lobo achou estranho: “Credo! Ainda não fiz nada, sua 'fedelha' resmungona! Vai cuidar da sua avó, aquela velha chata com cheiro de naftalina!”. E acabou que ele não comeu a vovó, "como manda o figurino"! Os dois ficaram lá, batendo boca, até altas horas. Parecia debate político em época de eleição.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Senhor da razão


A roda do tempo falou pra ele: “Se vira, garoto! Vai amar! Faça amigos! Escreva sua estrada, enfrente as dores, não adormeça antes de o sol se pôr!”.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

11.10.08

Feliz dia feliz


Havia algo bonito lá fora. Não sei se era esperança. Acho que era.

Feliz dia das crianças
(para as crianças felizes e para aquelas que ainda vão ser)!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

9.10.08

Apenas


Não há nada errado com meu sorriso. São só minhas mãos que quase não conseguem mais tocar este mundo cada vez mais áspero.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Dia das crianças


Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira (...)

"Há tempos" - LEGIÃO URBANA

Dia das crianças


Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor (...)

"Não me deixe só" - VANESSA DA MATA

Dia das crianças


Dá-me tu amor, solo tu amor (...)

"Trac Trac" - PARALAMAS DO SUCESSO

7.10.08

Fugindo do paraíso


Ops! O crime não compensa.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

3.10.08

De mudança


A lágrima saiu sem querer. Passeou pelo rosto e sumiu antes de chegar ao queixo. A tristeza, querendo liberdade, pretensa navegante naquela gotinha, acabou indo embora, viajante-caroneira na lágrima-vapor, futura gota-de-chuva-alegria lá pelas terras secas de um mundo próximo dali.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Agora acabou


Pode chorar baldes e baldes por mim. Mas desisti do seu amor (eu acho!). E daí? Vento seca tudo, até lágrima no rosto. E, da janela da minha torre, vento e lugares alegrando as vistas são o que não faltam. Ó, olha ali! No meio dessa vastidão de prédios, no meio dessas colinas de cimento, já consigo avistar uma flor.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Diário do menino com gel - baseado em mim mesmo



Meu cabelo vive empetecado de gel. E o desejo número um dos meus amigos é saber como eu ficaria sem nada na cabeça. Agora não sei se eles falam assim porque querem me ver de cabelos esvoaçantes ou completamente careca mesmo. Meia dúzia de meninas já experimentou atrapalhar minha cabeleira emoldurada. Tentativas em vão. Sou mais esperto que suas garras afiadas e sedentas por alvoroço. Certa vez, para me desvencilhar das arruaceiras, lutei capoeira, dancei em roda e só faltou um salto mortal. Não conseguiram tocar em mim. Mas, calma! Vou rapar tudo ainda neste ano... deixar uma penugem bem fininha. E aí vão poder realizar o sonho de fazer cafuné nessa cabeça lotada de minhocas. É só charminho. É só suspense. Senão perde a graça.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

28.9.08

Houve um tempo em que...


Quase não havia muros entre as pessoas.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Adultos: será que virei um deles?


Minha casa era grande. A rua também. E a esquina ficava a quilômetros de distância. E o Natal demorava a chegar. A mão do meu pai era a maior que existia. Minha mãe sempre sabia das verdades. Eu não duvidava de nada. Pensava que ser adulto era ser alguém de outro planeta. Pra ser sincero, achava uma idéia maluca essa história de crescer.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Beleza


Não foi fácil despistar
Sem dar mancada na frente de todo mundo
Era a primeira vez que eu via um anjo de perto.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

26.9.08

Sorte minha


Meus amigos? O destino espalhou todos pelo mundo. Vez por outra, o acaso, distraído como ele só, traz algum de volta pra mim.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Uma lorota aqui, outra ali...



Um dia, depois da aula, você encontra um estojo com lápis de cor, esquecido em cima da mesa. Nele havia um bilhete misterioso capaz de mudar pra sempre a sua vida: 
“Só abra se quiser. Se não quiser, fique parado, olhe pro lado e dê no pé!”. 

Por curiosidade, você abriu o estojo! E agora? 
Agora não tem mais volta! Vá em frente! 
Pra saber o que aconteceu, só lendo...

UMA HISTÓRIA, UMA LOROTA... E FIQUEI DE BOCA TORTA! 
Editora Saraiva/Formato, com ilustrações de Adriana Camargo, da Escola Guignard

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Encare


Saia para ver o mundo ou vai perder o melhor da festa.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Bons tempos


...
Um menino toma banho de chuva, voa em um balão, cria uma tartaruga, passeia na maria-fumaça, anda na bicicleta com motor que o primo inventou, brinca com a garotada da vizinhança e faz muitas outras coisas divertidas. Se você nunca fez nada disso, não tem problema: vai se deliciar enquanto lê estas crônicas do cotidiano. Nelas, o menino conta fatos de sua infância passada na rua das Petúnias, número 22, em um tempo em que era possível brincar na rua e as mães só davam uma espiadinha pela janela, de vez em quando, para ver se estava tudo em paz. E sempre estava.

METADE É VERDADE, O RESTO É INVENÇÃO é o meu primeiro livro. Foi lançado no final de 2007 pela Editora Saraiva/Formato, com ilustrações de Angelo Abu.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Clique aqui para encontrar o livro.

25.9.08

Inventadeira de moda


A saia dela não era rodada nem era curtíssima. A saia dela parecia uma capa de botijão, um copo-de-leite (a flor) virado pra baixo, um abajur desses antigos (e cafonas) ou uma coisa estranha para a qual ainda não inventaram nome. Mas a saia dela era bonita, guardava palavras que as pessoas colocavam na cabeça pensando, pensando... que aquilo parecia tudo, menos saia. Só que o que ela queria é que sua saia não saísse da idéia de ninguém mesmo, que fosse a saia mais vista e mais lembrada entre todas as saias rebolativas daquele dia luminoso e imenso.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Será quem foi?


As palavras foram criadas para falar encantos, como: “oi, que saudade!”; “tudo bem? Quer uma ajuda?”; “nossa, que bonita a sua roupa!”, “não fique triste, isso logo vai passar!”; “sabe que eu te adoro?!”; “eu preciso de você!”... E para escrever o amor que as pessoas sentem no coração. Mas, aí, foi um chato lá, no país das palavras, e bagunçou tudo! Fez intrigas, espalhou fofocas, separou amigos. Ah, se eu pego!...

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

22.9.08

Sol de setembro


Na minha rua, quando é setembro, é quase verão, eu penso! E então eu imagino que o frio, a aridez dos tempos e a solidão dos esquecidos só voltarão a reinar no próximo ano, assim que as flores se cansarem de se exibir aos ventos. Enquanto for setembro, eu viverei em paz, sonhando com o perfume que irá invadir meu quarto toda vez que abrir minha janela, toda vez que meu coração escancarar suas portas para deixar o sol entrar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

O amor diz cores


Eu precisava que as flores me dissessem algo. Se é que as flores falam, se é que as flores pensam; porque eu acho que as flores só amam!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Ainda é cedo


Por favor, pétalas! Não caiam pelo chão, não formem tapete ainda! Se meu amor se atrasar, não quero que veja sonho algum murchando!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Primavera


Estes dias parecem bem melhores. Foi em vão, pobre cinza! Não adianta mais esconder as cores. Não demora e as flores virão banhando as pedras com ternura e apagando o que restou de mágoa na estação. Estou feliz porque há prenúncio de linda vida. Estou feliz porque as paixões vão desabrochar a qualquer momento, pressinto. Estou feliz porque eu e o amor nascemos num dia quente de primavera.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

21.9.08

A calma que me dá


Gosto muito do barulho do silêncio. É quando eu posso me ouvir. Na esperança que tenho em mim, desejo, nesse ínterim, me encontrar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

20.9.08

Fábulas virtuais


Ai, gente! Ela é tão rica! Ela é tão chique! Ela tem amigos tão maravilhosos! Correção: “miguxos maravilhosos”. Ela tem uma vida tão linda! Todo mundo que ela ama se conhece. E ela só conhece gente que se ama. E ela ama todo mundo! A família, então, ah... é uma família perfeita! O cachorrinho dela é o mais fofo que existe. Não deve nem ter pulga! Claro! Não é vira-lata! É de uma raça lá... como é que é? Chiii... sei lá! É uma raça muito cara e muito sofisticada. Ela freqüenta diversos lugares. Ela viaja muito. E ela está sempre sorrindo nas fotos, mas na vida real também é assim, só felicidade! Acredite! E tem mais: ela não gosta de aparecer nem de fazer pose no espelho apontando sua câmera de 20 megapixels e muito menos de usar óculos de sol dentro de casa (é que ela acabou de chegar do campo! É isso! Não deu tempo de tirar!). E ela nem é vaidosa nem se acha a última Coke do deserto do Atacama! Ela garante. É tudo por acaso. Ufa... a vida dela é muito agitada mesmo, muito eletrizante. E ela entra pouco na internet e quase não dá tempo de conversar com seus 987 amigos íntimos (que estão quase lotando seu profile 1). Porque, gente, Orkut não mente!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

19.9.08

Timidez


Aqui...
preciso contar um segredo.
Então, por favor, vira pra lá.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Tamanho família


A bolsa era enorme. Parecia ter sido feita para levar o tempo. Isso quando o tempo era longo e passava bem lentinho. Talvez a bolsa dela servisse mesmo para guardar recordações. Afinal, já tinha vivido cada coisa, sofrido por tanta gente!... Não! A bolsa era grande daquele jeito para carregar a saudade apertada! Havia largado para trás pessoas importantes ao longo de certos tristes caminhos. Mas posso ter me enganado. A bolsa dela devia ser grande para levar todo o amor que sentia, pois agora estava de namorado novo. E namorado novo exige cuidados novos e especiais! Dentro da bolsa gigantesca, tinha batons, perfumes, escovas, cremes, esmalte, esponjinha com pó compacto, delineador e um espelho no qual refletia sua felicidade. Numa bolsa grande, além disso tudo, bem que podia ainda caber alguma poesia, só para fazer o amor durar por uma vida inteira. Porém, com tanta tralha que carregava, mesmo uma bolsa tão grande como aquela... hum... sei lá se sobrou espaço.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA