26.2.23

Olhos parados

Olhar, reparar tudo em volta, sem a menor intenção de poesia.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes.
Lembrar da casa da gente, das irmãs, dos irmãos e dos pais da gente.
Lembrar que estão longe e ter saudade deles...
Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudade da pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu.
Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de árvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto...
Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar de estar assim esquecido.
Gostar desse momento. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.

Manoel de Barros

A metade da maçã


Em nome desse amor eu vou
Recriar o mundo
Cada segundo
Em nome desse amor eu vou
Te entregar um sol toda manhã

Roupa Nova

4.2.23

Não tenha vergonha de ser feliz

 


É tempo de Carnaval. Todo tempo é tempo de ser feliz; mas, nesta época do ano, mais ainda! É quando as pessoas se jogam na avenida revelando a criança interior por vezes esquecida, revivendo fantasias, se pintando com as cores da alegria e se encantando de novo com a vida. É como se os problemas, as responsabilidades e tudo mais que nos impede de sorrir desaparecessem milagrosamente por alguns dias. Estaria aí o grande mistério dessa festa que arrasta multidões e une toda gente em torno do sorriso, da música e do brilho?

Então que tal voltar um pouquinho no tempo, especificamente no ano de 2002, e revisitar uma folia organizada por crianças já vividas? Muitas delas talvez não estejam mais aqui fisicamente. Afinal, já se passaram mais de 20 anos. O que importa é que essas pessoas não se preocuparam com a idade que tinham, com as dores que sentiam ou com as cicatrizes de nossa desafiadora existência humana. Elas simplesmente viveram a plenitude da efêmera felicidade pueril.

No vídeo acima, você vai se emocionar com o entusiasmo de centenas de senhoras da terceira juventude que prepararam suas próprias fantasias com materiais recicláveis para depois brilharem em um superbaile de Carnaval, promovido pelo Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc MG), em Belo Horizonte. Das 18 unidades estaduais do Sesc em MG na época, sete participaram, entre elas a Venda Nova, por meio do bloco "Verde Vivo, Vida Nova", dentro do projeto "Abre alas! Terceira idade pede passagem".

Com lindas fantasias confeccionadas com plástico de garrafas PET, tampinhas e lacres de refrigerante, além de outros resíduos recicláveis, as foliãs mostraram que uma festa completa pode reunir amizade, beleza, paz e sustentabilidade.

Clique na imagem e se inspire! Ousadia! Felicidade não se adia!

Pedro Antônio de Oliveira