8.6.23

Reciclar a alma

A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?

Provérbio chinês

23.5.23

Lições


Aprendi o silêncio com os faladores,
a tolerância com os intolerantes,
a bondade com os maldosos;
e, por estranho que pareça,
sou grato a esses professores.

Khalil Gibran

13.5.23

Amor, mãe


Ah, mãe...
Quisera eu 
morar pra sempre nesse colo, 
longe da aspereza de tudo,
ser seu girassol pequenino,
nós dois na terra da fantasia,
abrindo os mais belos presentes da vida, 
naquele quintal colorido,
sonhado e chamado infância.
 
Quisera eu, mãe,
aprender um dia 
a ser adulto.

Pedro Antônio de Oliveira

11.5.23

O melhor lugar do mundo


Na chegada ou na partida
Na manhã de sol ou noite fria
Na tristeza ou na alegria

(...)

Tudo que a gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente encontra.

Jota Quest

9.5.23

Quando acabamos de chegar


No começo da vida é que se é a gente. 
Há quem consiga continuar sendo.
Por que razão algo mudou 
ou ficou pra trás 
ninguém entende.

Pedro Antônio de Oliveira

6.5.23

Força verdadeira


Aquele que ri, ao invés de enfurecer-se, é sempre o mais forte.

Provérbio japonês

3.5.23

Dos mistérios


Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado.

Rubem Alves

30.4.23

Um pouquinho de ti


Senhor do Futuro,
Dono do Tempo,
Guardião dos Caminhos,
me ajude a repartir felicidade.

Pedro Antônio de Oliveira

26.4.23

Lugar perfeito


Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. 
E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. 
É preciso, antes de mais nada, querer.

Amyr Klink

15.4.23

Desafio


Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.

Oscar Wilde

O sempre


Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.

Machado de Assis

De verdade


É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.

William Shakespeare

Meta


A paz do coração é o paraíso dos homens.

Platão

5.3.23

Compaixão pelos seres vivos

A Declaração de Cambridge afirma que todos os animais não humanos, incluindo polvos, são sencientes e sentem emoções como medo e felicidade. Ela foi atestada por um grupo internacional de destaque de neurocientistas cognitivos e outros especialistas, e endossada pelo renomado físico teórico e cosmólogo britânico Stephen Hawking.


Olá, pessoal!

Eu confesso que sinto pena de pisar numa barata. Parece loucura? Pode até ser. Mas, convenhamos, ela não tem culpa de ser quem é, concorda? Será que ela sabe por que está perdendo a vida?

E as formigas? Por um bom tempo, durante a infância e a adolescência, eu adorava alimentar esse bichos em um formigueiro discreto que descobri no quintal. Sempre que podia, levava para perto dos buraquinhos de suas humildes residências uns farelos de biscoito, alguns grãozinhos de arroz ou o que estivesse comendo naquele momento. Adorava ver esses pequenos seres carregando, mais que depressa, a refeição para dentro de suas cavernas subterrâneas. 

Porém, de uns tempos pra cá, principalmente em dias quentes, esses minúsculos seres se tornaram bem incômodos, invadindo a cozinha e adentrando os armários descontraidamente em fileiras. Então foi impossível não dar um jeito neles, detendo-os com inseticidas e outras formas cruéis de extermínio. 

Contudo, a filosofia zen budista afirma que devemos ter respeito e não matar, de forma alguma, os seres vivos. Imagine os bois, as galinhas, os porcos, os animais maiores que matamos para nos alimentar da carne deles? O que devemos fazer? Mudar nossos hábitos em favor da existência e do não sofrimento deles? Olha... esse assunto rende uma boa reflexão. E aí, o que você pensa a respeito disso?

No vídeo acima, eu conto se os insetos sentem dor. Corra lá, clique e confira.

Aproveite depois para ler mais sobre esse tema, aqui, na matéria
Budismo e compaixão aos animais: reflexão sobre a Declaração de Cambridge.

Pedro Antônio de Oliveira

"Os pesquisadores descobriram mais do que isso. Sabemos, por exemplo, que ratos e galinhas sentem empatia. Eles conseguem se colocar no lugar dos bichos ao redor e sentem pena ao vê-los sofrer. Elefantes vivenciam alegria, luto e depressão. Lamentam a perda dos amigos, assim como os cães, chimpanzés e raposas vermelhas. Os polvos foram protegidos de pesquisas invasivas no Reino Unido bem antes dos chimpanzés, pois os cientistas já haviam reconhecido que eles são conscientes e sentem dor. Hoje muita gente ainda não quer admitir esses fatos científicos, pois terão de mudar a forma como tratam os animais. Na verdade, temos de tratar todos os animais da mesma forma, com compaixão e empatia – sejam eles os “animais humanos” como nós, sejam todas as outras espécies."

26.2.23

Olhos parados

Olhar, reparar tudo em volta, sem a menor intenção de poesia.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes.
Lembrar da casa da gente, das irmãs, dos irmãos e dos pais da gente.
Lembrar que estão longe e ter saudade deles...
Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudade da pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu.
Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de árvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto...
Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar de estar assim esquecido.
Gostar desse momento. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.

Manoel de Barros

A metade da maçã


Em nome desse amor eu vou
Recriar o mundo
Cada segundo
Em nome desse amor eu vou
Te entregar um sol toda manhã

Roupa Nova

4.2.23

Não tenha vergonha de ser feliz

 


É tempo de Carnaval. Todo tempo é tempo de ser feliz; mas, nesta época do ano, mais ainda! É quando as pessoas se jogam na avenida revelando a criança interior por vezes esquecida, revivendo fantasias, se pintando com as cores da alegria e se encantando de novo com a vida. É como se os problemas, as responsabilidades e tudo mais que nos impede de sorrir desaparecessem milagrosamente por alguns dias. Estaria aí o grande mistério dessa festa que arrasta multidões e une toda gente em torno do sorriso, da música e do brilho?

Então que tal voltar um pouquinho no tempo, especificamente no ano de 2002, e revisitar uma folia organizada por crianças já vividas? Muitas delas talvez não estejam mais aqui fisicamente. Afinal, já se passaram mais de 20 anos. O que importa é que essas pessoas não se preocuparam com a idade que tinham, com as dores que sentiam ou com as cicatrizes de nossa desafiadora existência humana. Elas simplesmente viveram a plenitude da efêmera felicidade pueril.

No vídeo acima, você vai se emocionar com o entusiasmo de centenas de senhoras da terceira juventude que prepararam suas próprias fantasias com materiais recicláveis para depois brilharem em um superbaile de Carnaval, promovido pelo Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc MG), em Belo Horizonte. Das 18 unidades estaduais do Sesc em MG na época, sete participaram, entre elas a Venda Nova, por meio do bloco "Verde Vivo, Vida Nova", dentro do projeto "Abre alas! Terceira idade pede passagem".

Com lindas fantasias confeccionadas com plástico de garrafas PET, tampinhas e lacres de refrigerante, além de outros resíduos recicláveis, as foliãs mostraram que uma festa completa pode reunir amizade, beleza, paz e sustentabilidade.

Clique na imagem e se inspire! Ousadia! Felicidade não se adia!

Pedro Antônio de Oliveira

28.1.23

Vagão azul

O trem vai rasgando vales,
costurando pontes,
serpente férrea luzindo
seu grito abre-caminho,
maciço, bonito e choroso.

A fumaça se esvai grafitando o céu, 
marcando o cartão-postal da vida,
feito tufos de juventude
pulverizada no tempo.

Pedro Antônio de Oliveira

13.1.23

Negro forro


Minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheiro no banco,
nem bigodes retorcidos.

Minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite
de minha pele.

Adão Ventura  

3.10.22

Coração civil


Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria, muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Bom sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia, eu vou levando a vida
Eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso um dia se realizar.

Fernando Brant / Milton Nascimento

20.9.22

Um leitor muito criativo!

Pessoal, olha que bacana! O Rafael Amado leu o livro Oreosvaldo, o Pássaro das Sombras (Editora Lê) e gravou um vídeo sensacional interpretando com bonecos um trecho das aventuras do blogueiro poeta misterioso.

Obrigado, Rafael, pelo carinho! Fiquei muito surpreso e feliz! Quanto talento! Parabéns! E os fantoches dos personagens estão incríveis. O ilustrador Maurizio Manzo também viu e amou, sabia?

Receba nosso abraço de gratidão! Muita vida, saúde e alegria pra você e toda a sua família, querido Rafa!

Pedro Antônio de Oliveira

10.9.22

Acenda e deixe brilhar


Quem tem luz...
que ilumine!
Quem tem amor...
que ame!

O mundo muda agora
com você.

Pedro Antônio de Oliveira

7.9.22

Aforismos do mano Barros

 

Tudo que não invento é falso.
Tem mais presença em mim o que me falta.
Não saio de dentro de mim nem pra pescar.
Do lugar onde estou, já fui embora.

Manoel de Barros

Fui jovem, com a sede de todos...


Vim, como todo mundo,
do quarto escuro da infância,
mundo de coisas e ânsias indecifráveis,
de só desejo e repulsa.
Cresci com a pressa de sempre.

(...)

Vi tudo que vi, entendi como pude.
Depois, como de direito,
endureci. Agora minha boca
não arde tanto de sede.
As minhas mãos é que coçam -
vontade de destilar
depressa, antes que esfrie,
esse caldo morno da vida.

Paulo Henriques Britto

A chuva, uma história

 

A chuva conta uma história
nas telhas, no chão de ardósia.

Fala do açude onde sonha
esse reflexo risonho.
(...)

A chuva conta este conto
que é como um sonho em que sonha
esse menino, que se ergue
de sobre a luz do reflexo.
(...)

e o envolve, e o guia, cálida
entre as ruínas da tarde.

Ruy Espinheira Filho

3.7.22

Beleza não dá preguiça!

 


A fila é uma preguiça, mas o charme da árvore, não!

Adorei conhecer a árvore da preguiça. Confira.

Pedro Antônio de Oliveira

30.6.22

Primeiros passos em direção ao paraíso

Já faz tempo que declarei meu amor pelo Nordeste. Terra linda, repleta de paisagens luminosas e vento. Eu me sinto em paz, livre e revigorado ao sentir entrando pelos poros o perfume do mar e o calor das pessoas que conheço por lá.

A cada nova viagem, lembranças e saudades ficam gravadas na minha pele como uma tatuagem no tempo da vida, na alma imortal e amadurecida, em virtude das lições que a gente aprende. 

Após esses anos de pandemia, tomei coragem, arrumei as malas e parti em direção a Jericoacoara, no Ceará.

Gravei muita coisa que vou postar aos pouquinhos no meu humilde e despretensioso canal sem identidade certa. Meus momentos, apenas isso. 

Esse episódio é o primeiro. Se puder, acompanhe. Ficarei feliz com sua presença e seu carinho. Vamos lá?

Pedro Antônio de Oliveira

O Pássaro das Sombras no Colégio Santa Marcelina SP

 
 

No dia 27 de junho, conversei com os estudantes do 5º ano do Colégio Santa Marcelina de São Paulo, capital! Que presente maravilhoso! 

As turmas fizeram perguntas sensacionais sobre a obra Oreosvaldo, o Pássaro das Sombras, da Editora Lê! Eu adorei! O livro do Pássaro das Sombras já vem sendo adotado na rede Santa Marcelina há vários anos. Que alegria! Meu agradecimento a essa instituição de ensino tão querida, bem-conceituada e repleta de alunos e profissionais dedicados e carinhosos!

Um abraço especial e cheio de gratidão para as professoras Camilla, Fabiana, Alessandra, Graça e para as assistentes das educadoras. Obrigado à coordenação pedagógica e à direção do colégio!

Eu me diverti muito com o modo descontraído e entusiasmado dos alunos. 


Pedro Antônio de Oliveira

8.6.22

Sonhos e planos

 

Ao mesmo tempo
Que tudo se encaixa em seu lugar
Vou continuar
Com os meus planos
De ter algo pra poder viver
Sem ter que sofrer

Mas insistem em jogar nosso orgulho em algum lugar
Que não tem mais como levar adiante o sonho de viver

Ao mesmo tempo
Que tudo se encaixa em seu lugar
Vou continuar
Com os meus planos
De ter algo pra poder viver
Sem ter que sofrer

Mas insistem em jogar nosso orgulho em algum lugar
Que não tem mais como levar adiante o sonho de viver

Quero viver em paz
Sonho de viver em paz

Em paz

Sonho de viver em paz

Mas não vou desanimar
Isso tudo vai ter que mudar
Onde vai parar
A verdade tem que um dia aparecer

Quero viver em paz
Sonho de viver em paz

Em paz

Sonho de viver em paz

CPM 22

Alados fragmentos


As coisas mudam no devagar depressa dos tempos

E quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo
Eu queria sair de tudo o que eu era
Pois viver… o senhor já sabe: viver é etecetera…

Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar
Tudo o que muda a vida vem sem preparos de avisar
E a felicidade se acha é em horinhas de descuido
Pois o rio não quer chegar, só quer ser mais profundo

Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais
É que de sofrer e de amar, a gente não se desfaz
E que passamos a fazer outras maiores perguntas
Porque a natureza da gente não cabe em certeza nenhuma

Guimarães Rosa

Este pequeno texto foi feito tão e somente com citações de João Guimarães Rosa, sobre os quais cometi a heresia criativa de ordená-las, mexê-las e cortá-las para que se tornassem uma peça única, mas sempre mantendo os elementos mágicos do mestre de forma perceptível. Adorei a brincadeira. 

(Fabiano Costa, do portal Medium.)

Despistar


Espera que estou me aventurando 
na busca das descobertas.

Lygia Fagundes Telles

6.2.22

Saudades luminosas

 

Em algum lugar,
impresso nos meus olhos,
vive e clareia como um sol
aquele doce e inesperado 
arrebatamento de verão.

Pedro Antônio de Oliveira

5.1.22

Neste circo ao vento


E as pessoas sofrem engraçadas,
paspalhonas, enganativas, sonhadoras,
perdidas, angelicais, tragicômicas.
Todo mundo só querendo ser feliz.
Mas quem de nós merece?

Pedro Antônio de Oliveira

GPS

Siga em frente e vire à esquerda
ou à direita,
onde bate seu coração.

Pedro Antônio de Oliveira

Amor astronauta


Daí que me levou para conhecer as estrelas
e eu já desconfiando que me tornaria alado. 

Pedro Antônio de Oliveira

19.10.21

Colégio Santo Agostinho promove bate-papo sobre o livro Oreosvaldo, o Pássaro das Sombras

 




No dia 19 de outubro, eu me encontrei com os estudantes da manhã e da tarde do Colégio Santo Agostinho, de Belo Horizonte (MG). As turmas também contaram com a presença virtual do ilustrador Maurizio Manzo em uma conversa deliciosa. Havia alunos em casa e outros na escola.

A garotada fez perguntas e matou a curiosidade sobre o processo de criação do livro Oreosvaldo, o Pássaro das Sombras, da Editora Lê! Maurizio e eu revelamos todos os segredinhos que envolvem os bastidores da aventura do poeta e blogueiro misterioso mais amado da internet.

Pena que passou rápido!

Muito obrigado à direção, à supervisão pedagógica, ao setor de biblioteca, à informática (que deu uma forcinha!), aos professores e aos alunos do Colégio Santo Agostinho! Um abração!

Depois dê uma passadinha lá no site do Pássaro das Sombras: www.opassarodassombras.com.br.

Pedro Antônio de Oliveira

23.9.21

Pássaro das Sombras no Colégio Dona Clara






No fim de agosto, tive um encontro virtual sensacional com estudantes e educadores do Colégio Dona Clara, de Belo Horizonte (MG).

O bate-papo aconteceu em duas etapas: com a meninada do 3º ano do período da manhã e, depois, com o 3º ano da tarde.

Os alunos fizeram muitas perguntas sobre a obra Oreosvaldo, o Pássaro das Sombras, da Editora Lê, recentemente adotada pela escola. Entre as dúvidas, a turminha quis saber como surgiram todos aqueles personagens divertidos da história.

Fiquei encantado com as belas ilustrações produzidas pela garotada, todas elas inspiradas na arte do ilustrador Maurizio Manzo que deu vida ao texto do livro. Eles também criaram lindos fantoches da bicharada da trama.

Sem dúvida, uma galerinha atenta, inteligente, educada e participativa! Parabéns a todos(as) pela interação! E um "muito obrigado" às queridas professoras que realizaram esse trabalho literário e pedagógico impecável. 

À direção do Colégio Dona Clara, mais uma vez, minha gratidão. Um abraço especial para a coordenadora Carolina Chagas Fontana.


Pedro Antônio de Oliveira

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1.8.21

Dias especiais

 

De repente, um vírus surge e se espalha rapidamente pelo mundo inteiro. Eu não tinha a real noção do que estava acontecendo até receber a notícia de que, no dia seguinte, eu teria que trabalhar em casa, obrigatoriamente, sem prazo para retorno presencial. 

Eu me lembro bem do susto causado pelo vírus ebola, na África, da gripe suína que alcançou dezenas de países, incluindo os Estados Unidos, provocando muitas mortes no México. Não posso me esquecer também da epidemia de cólera no Brasil, no início dos anos 1990, quando passei as férias no Rio de Janeiro e quase tomávamos banho (meus primos e eu) com água mineral, por medo de contaminação (e excesso de zelo dos adultos). Caixas com vidros vazios de água se acumulavam na calçada do prédio onde ficamos hospedados. 

Mas nada se compara ao terror do coronavírus, que nos deixou isolados, amedrontados, indefesos, de máscara (escondendo nosso sorriso); em alguns momentos, sem esperança diante dos milhares de mortes noticiados diariamente no país. Vale lembrar que o Brasil chegou a registrar em março de 2021, em apenas 24 horas, mais de 3.100 óbitos. Uma tristeza, uma catástrofe. 

Após semanas e meses tão sombrios, a luz, o alento, a vacina! Impossível não se emocionar diante da perspectiva (mesmo que distante ainda) de voltar à vida normal. 

Tudo ficou bem diferente na minha rotina. Assumi inúmeras tarefas que antes não eram minhas por permanecer quase todo o tempo fora de casa, trabalhando. Para proteger meus pais, passei a realizar todas as compras e resolver o que fosse preciso, de maneira a evitar que saíssem às ruas. Amadureci bastante diante de um novo desafio, o de me tornar pai dos meus pais, de higienizar tudo o que chegava, de auxiliar minha mãe com a panela de pressão, de fazer caminhada com meu pai como meio de disfarçar a prisão que impus a ele. (Engraçado que sempre sonhei em passar mais tempo com eles, de estar em casa à tarde, como nos tempos de criança, de não ter que me deslocar todo dia para o trabalho, enfrentando trânsito... Não pensei que iria vivenciar essa experiência, só que de um jeito mais angustiante, menos prazeroso.)  

Foram incontáveis situações inusitadas (as quais não vou narrar aqui) como, por exemplo, blindá-los de visitas de familiares nos períodos mais críticos da pandemia e passar horas vendo filmes, séries e vídeos do YouTube para distraí-los, já que a tradicional programação da TV aberta se tornou ainda mais enfadonha e repetitiva com as reprises das novelas que minha mãe sempre fez questão de acompanhar.

Com tudo isso, comecei a experimentar a brincadeira de produzir alguns vídeos para o YouTube. Horríveis, na minha avaliação, em virtude da pressa, da falta de ânimo e da destreza que perdi por passar anos sem gravar coisa alguma. 

Mas está aí o registro da minha primeira dose de vacina contra a covid-19. Na pressa, esqueci o apoio da câmera e fui filmando heroicamente com uma das mãos e dirigindo também com apenas uma delas, o que não recomendo a fazer por se tratar de um ato incorreto em termos de segurança no trânsito.

Perdi a timidez e decidi postar aqui essa alegria como forma de agradecer a Deus a oportunidade de estar vivo, de receber a vacina, e homenagear todos os profissionais que tornaram possível esse dia. Aos cientistas, médicos, enfermeiros, técnicos, todas e todos os envolvidos, o meu muito obrigado, minha gratidão, meu reconhecimento e minhas preces de proteção. 

Que a gente aprenda algo útil e libertador, que haja um significado maior de evolução por trás disso tudo, que possamos enxergar além da materialidade um novo caminho, uma saída para nossas trapalhadas como seres humanos e nos tornemos espécies melhores. Há muito chão pela frente, eu sei. Basta ler os jornais e portais, e constatar ainda tanta desumanidade, tanta destruição da natureza, tanta escravidão de animais e humanos, tanta atrocidade. Quanta falta de bom senso. Quanta ausência de amor.

Mas não percamos a fé e a vontade de sermos um dia, de fato, centelhas de luz nesse mistério todo, que é a nossa existência no universo.

Um abraço a todos e todas. Continuem se cuidando. O meu carinho por sua presença e por sua leitura. Assista aos vídeos. Faça também. Passe a registrar os dias especiais porque a vida, a vida é tão rara

Pedro Antônio de Oliveira

Registro da segunda dose de imunização contra a covid-19

Registro da terceira dose de imunização contra a covid-19

Registro da quarta dose de imunização contra a covid-19 e da vacina contra a gripe

18.6.21

Poesia


Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
sem rumo a nossa barca.

Frederico García Lorca

5.6.21

Mistério do planeta


Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso
Jogando meu corpo no mundo
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas
Passado, presente
Participo sendo o mistério do planeta.

Antonio Pires / Luis Galvão

22.5.21

Exercícios de crescer

 

Mesmo com tanta ilusão perdida
quebrada,
mesmo com tanto caco de sonho
até hoje
a gente se corta.

Alex Polari

5.5.21

Minuano


Este vento faz pensar no campo, meus amigos,
Este vento vem de longe, vem do pampa e do céu.

(...)

Minha infância tem a voz do vento virgem:
Ele ventava sobre o rancho onde morei.

(...)

Eu sou o irmão das solidões sem sentido...
Upa upa sobre o pampa e sobre o mar...

Augusto Meyer

13.4.21

Pela janela aberta


Por que será
Que estou sempre dando festas
Pra você dentro de mim?

É sempre assim
Eu enfeito a minha casa com as flores
Que roubei do seu jardim.

(...)

Belô Velloso

28.3.21

Previsão do tempo


Pipas no céu
Crianças nas nuvens.

Miró

Tédio


Adoro esse olhar blasé
Que não só
Já viu quase tudo
Mas acha tudo tão déjà vu 
mesmo antes de ver.

Antonio Cícero

Sonhar


Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.

Helena Kolody

Juntos


Daquele que amo
quero o nome, a fome
e a memória. Quero
o agora. O dentro e o fora,
o passado e o futuro.
Quero tudo: o que falta
e o que sobra
o óbvio e o absurdo.

Maria Esther Maciel

17.3.21

Canción con todos


Todas as vozes, todas
Todas as mãos, todas
Todo o sangue pode
Ser canção no vento.

Canta comigo, canta
Irmão americano
Liberte tua esperança
Com um grito na voz.

Armando Tejada Gómez

5.3.21

Esperando aviões

Durante esta pandemia, comecei a rastrear os aviões no céu. Toda tarde, caminhando entre os muros da minha casa, me habituei a seguir aqueles pássaros de ferro por meio de um aplicativo. Então descubro de onde vêm e para onde estão indo. Se vão viajar para muito longe, se trazem alguém de volta pra casa. 

Fico imaginando as pessoas lá dentro com suas histórias, seus sonhos, suas tempestades e alegrias. Fico querendo também ganhar a liberdade, abrir as asas, deixar as preocupações de lado, encontrar meus amigos, abraçar de novo, sorrir, sentir o vento atrapalhar meus cabelos, o sol dourar meu rosto e aquecer minha esperança. 

Tão bonita a vida, tão preciosos os encontros, tão necessário o afeto. Quando foi que começamos a nos perder? Se seguirmos a fumacinha branca daquele avião, encontraremos de novo o paraíso do qual um dia fomos expulsos?

Em tempo: Hoje minha cidade decidiu fechar todo o comércio não essencial outra vez. Agora o perigo do tal vírus ameaça as crianças. Há várias internadas e outras na fila de espera. Estou me sentindo triste.

Pedro Antônio de Oliveira


Busca verdadeira

Esqueçam tudo o que aprenderam.
Comecem por sonhar.

Frase de um cartaz colado nos muros de Paris em maio de 1968

Efemeridade

 

Da estátua de areia
nada restará
depois da maré cheia.

Helena Kolody