30.4.09

Entre iguais


Não posso ver diferente o que pra mim é tão especial.
A amizade deixa a gente no ar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

A única saída


Para não envelhecer, eu vou amar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Já sentiu isso?


A felicidade tem muitos braços, muitas pernas e muitos sóis.
A felicidade é um sentimento sem tamanho.
Ela é sem vergonha e explode na cara da gente que nem espinha.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

19.4.09

Tentarei


- Quer um conselho?
- Hum.
- Esquece o chão.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

A ilustração é da artista húngara Irisz Agocs.

Bobagem!


Minha amiga Soninha tem mania de me mandar e-mail com florzinha. Fui bem sincero com ela: “Quer parar com isso! Se um hacker invadir minha caixa de mensagens, vai pensar que sou mulherzinha!”.

“Vai nada, seu bobo”, ela se defendeu. “No mínimo, o hacker vai querer descobrir que amiga é essa sua que cultiva um jardim no computador! O maior risco correrei eu se ele cismar de levar minha primavera bem assim, no meio do outono."

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

17.4.09

18 de abril - Dia Nacional do Livro Infantil

Mesmo que você veja meus olhos espalhar oceanos, não pense que é de dor. Pois sempre que eu sentir muito medo, surgirão heróis invencíveis para me salvar. Eles usarão armas secretas do bem, me levarão em viagem e eu voarei por cima das casas e das cabeças dos vilões mais temidos. Se a força desses guerreiros falhar feio, ainda me restarão magos, mágicos e feiticeiros audazes, tirando de suas cartolas e de seus chapéus encantados verdadeiras maravilhas, como poções milagrosas e raios paralisantes. E, daí, estarei livre de todos os perigos. Eu sei, não precisa ninguém me dizer, que os finais são felizes e, portanto, no fim, o amor vencerá. O livro me leva por caminhos. Desde pequeno eu aprendi o que é a liberdade. Eu queria que com você fosse assim também.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

O Dia Nacional do Livro Infantil foi criado em homenagem a José Bento Monteiro Lobato. Ele nasceu no dia 18 de abril de 1882 e é considerado o criador da literatura infantil no Brasil. Quem não se lembra do Sítio do Picapau Amarelo, da Emília, da Narizinho, do Pedrinho (meu xará!), da Tia Nastácia, da Dona Benta, do Visconde de Sabugosa e do Marquês de Rabicó? Essas são algumas das criações de Monteiro Lobato que ficarão pra sempre gravadas na memória e no coração da gente.

Para quem não sabe, a literatura infantil surgiu no século XVII, com a finalidade de educar moralmente as crianças. Hoje o papo é outro e muitas coisas mudaram. A literatura, antes de tudo, quer emocionar e levar a galerinha a sonhar.

Já o Dia Internacional do Livro Infantil é comemorado em 2 de abril. A escolha da data homenageia o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. Algumas de suas obras mais conhecidas são “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia” e “As Roupas Novas do Imperador”.




Ler devia ser proibido!

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade. O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

GUIOMAR DE GRAMMONT

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13.4.09

Dicas de leitura



Ganhei do meu amigo e escritor, André Carvalho, dono da editora Armazém de Ideias, dois grandes lançamentos: "Ana, a borboleta", de Helenice de Lima Matias, e "Menino preso na gaiola", do próprio André.

Deficiente físico desde os sete anos de idade, o autor consegue transmitir, em "Menino preso na gaiola", a vivência profunda de garoto, ultrapassando em muito o problema específico do personagem, para projetá-lo em âmbito geral, na busca pela conquista de seu espaço e do direito inalienável de ser feliz.

Apesar de todos os desafios que a vida colocou em seu caminho, o escritor sempre foi um paquerador da "pá virada"! Rodeado de muitos amigos, ele aprontou das suas na infância e na adolescência.

Eu sou suspeito para falar, porque virei fã do André logo que li, para o vestibular, seu premiadíssimo livro "Cuba Libre".

Na dedicatória, ele escreveu assim: "Pedro Antônio, este menino preso na gaiola, de alguma forma, saiu dela. Abraços do André.".

Um abração pra você também, André! E obrigado por mostrar pra gente que não se deve deixar a felicidade escorrer por entre os dedos. Fé e esperança; do contrário a vida dança!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

10.4.09

Nascer de novo


Toda criatura humana carrega em si a semente da eternidade.
Aquele que morre deixa de ter para ser.
Renasça!
Alguém um dia nos ensinou o que é o amor.

Feliz Páscoa!

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

9.4.09

Belo outono


As folhas se derramam pelo espaço e despertam ciúme nas flores.
Preciso descansar minhas cores, suave outono.
Nada é mais perfeito
Que seu jeito.
...
PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Pronto! Contei.


A verdade mora no fim desta rua
Ao lado daquela árvore
Quase ali, na esquina
Atrás do muro alto
Bem dentro do olhar
Que deságua no mar.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Amor-cadente


Recolho seu brilho
Como um guardador de mistérios
Faço força para abrir os olhos
E só enxergo você.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Felicidade


É tudo tão normal.
Quem é que não entende isso?
A tristeza que se perde nela mesma
E desiste de existir
E a alegria serelepe
Que vem por vir.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

Eu posso ver toda cidade lá fora


Eu abro todas as janelas da casa
Eu deixo o sol iluminar o caminho
Eu deixo a lua fazer sombra na sala
E o vento bagunçar meu destino (...)

“Eu não acredito em você" - VINNY