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De mãos dadas
Em 1960, crianças negras não podiam frequentar escolas nos Estados Unidos. Aposto que agora seu queixo caiu! Verdade! Foi preciso que a Suprema Corte Americana mandasse as escolas públicas aceitarem alunos negros. Daí, no dia 14 de novembro daquele ano, uma menina de seis anos, chamada Ruby Bridges, foi toda feliz à escola, em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Porém, pasme! Seu queixo vai cair de novo: ela teve de ir escoltada por policiais federais, senão, nada feito! Isso porque a polícia local se recusou a protegê-la. E sabe por que ela necessitava de proteção? Porque, todos os dias, a garotinha enfrentava uma multidão enfurecida, que a insultava e até a ameaçava de morte, só pelo fato de ser negra. O povo gritava, balançava os punhos cerrados, simulando socos, e querendo esfolá-la viva. Você consegue entender isso? E tem mais: como se não bastasse, antes de Ruby chegar ao colégio pela primeira vez, os pais das outras crianças entraram nas salas e, em protesto, retiraram seus filhos do local. Pra completar, os professores se recusaram a dar aula pra ela; menos uma: o nome dela era Barbara Henry. Graças ao carinho dessa educadora, a nossa pequena guerreira conseguiu assistir às aulas durante um ano. E, quase quarenta anos mais tarde, sua história foi contada aos americanos em um documentário transmitido pela televisão. Foi num domingo, 28 de janeiro de 1998. Apesar de tanto sofrimento, Ruby Bridges não guarda mágoas de seus agressores e disse que perdoa todos eles. Ruby é um grande símbolo da luta pela igualdade e respeito entre os seres humanos.
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Capoeira, arte e alegria!
Eu adoro capoeira! Sabe, eu tenho um amigo, o Glauber, que é capoeirista, e dos bons! Um dia fui assistir a uma apresentação dele. Foi então que eu quis aprender mais sobre essa arte, e ele me contou que foi um mestre que o inspirou, o Mestre Pastinha, de Salvador, na Bahia. Divertido o nome, não acha?
Eu fiz uma pesquisa e descobri que Vicente Joaquim Ferreira Pastinha nasceu no dia 5 de abril de 1889. Nossa, quanto tempo! Ele aprendeu capoeira sozinho. Isso mesmo, não frequentou escola de capoeira nem nada. Uau!
Ainda criança, vivia apanhando de um menino da rua dele, que era mais velho e mais forte. Bastava Pastinha ir à mercearia e o danado do garoto surgia que nem fantasma, pronto pra guerra. E Pastinha, que era de paz, não revidava, só corria pra casa, pra chorar na cama, que é lugar quente.
Certa vez, um senhor africano, chamado Benedito, viu tudo de sua janela e pensou: “Isso não pode ficar assim, vou dar uma mãozinha pra aquele garoto!”. E foi o que fez. Pastinha começou a aprender com ele, passo a passo, todas as técnicas de capoeira. Mestre Benedito aconselhava: "Não provoque o tal pirralho, mostre a ele, bem devagarinho, o quanto você é capaz.”.
As dicas deram certo! E, na última vez que o briguento atacou Pastinha, o encrenqueiro levou um susto de quase fazer xixi nas calças. Pastinha o impressionou com um golpe incrível de capoeira, sem machucá-lo, é claro. Resultado: o tempo foi passando e os dois acabaram se tornando grandes amigos. Nada de violência, restaram respeito e muita admiração um pelo outro.
Pastinha virou mestre e formou seguidores da Capoeira Angola no Brasil. Ele usou métodos muito interessantes, e o talento dos alunos explodiu em criatividade. A cultura africana saiu ganhando, com a capoeira alegrando gerações, como uma linda expressão artística.
Pastinha criou o Centro Esportivo de Capoeira Angola. Gente famosa passou por lá, como o escritor Jorge Amado. E não foi só isso, Pastinha publicou o livro Capoeira Angola, pra defender a capoeira como arte e não como um jogo violento.
Mesmo escrevendo uma bonita história de vida, o querido mestre terminou seus dias meio esquecido pelas pessoas. Que pena! Cego e indefeso, ele morreu aos 93 anos, em 13 de novembro de 1981. Mas ele continua vivo nas rodas de capoeira e no coração dos seus admiradores. No meu também!
Você sabe o que é a Capoeira Angola?
A palavra capoeira vem do tupi-guarani, que significa "o que foi mata", mistura dos termos ka'a ("mata") e pûer ("que foi"). Tem a ver com a mata rasteira do interior do Brasil, onde existia a agricultura dos índios. Capoeiristas que fugiam da escravidão usavam a vegetação rasinha
pra se esconderem dos capitães do mato.
A capoeira é a expressão da cultura brasileira que mistura arte marcial, esporte, tradição popular e música. Criada no Brasil por descendentes de escravos africanos, com influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos rápidos e complexos, utilizando chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias no chão e no ar.
Uma característica que faz a capoeira diferente da maioria das
artes marciais é a musicalidade, que eu amo!
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pedro antônio de oliveira