Um novo ano é sempre uma nova chance para nós mesmos. O ano são as pessoas. São elas que são boas ou ruins. São elas que são corruptas ou honestas. São elas que são vaidosas em excesso ou cheias de ternura. São elas que são duras ou humanas.
São as pessoas que dirigem em alta velocidade, cometendo atos de imprudência, desprezando o valor da vida. São as pessoas que violentam ou matam por motivos banais. São as pessoas que se omitem, não compartilham os recursos necessários para um mundo mais igual, não estendem as mãos, exploram os mais simples, jogam lixo nas ruas, mentem, são falsas, espalham fofocas, constroem muros, ferem os outros com suas palavras de morte. São elas que não respeitam o espaço alheio, não conseguem enxergar a necessidade do próximo, são egoístas, enganam. Além de não ajudar, ainda atrapalham, desanimam, destroem. São as pessoas que fazem a guerra ou promovem a paz. São elas o céu ou o inferno.
Portanto, muito mais que comer lentilhas ou sementes de romã, pular sete ondinhas, vestir-se de branco ou seguir qualquer outro ritual, devemos, cada um de nós, mergulhar profundamente na mais refrescante autocrítica. Olhar no espelho da alma, refletir, identificar o que precisa ser reciclado, transformado, e lutar por essa mudança. Já observou o quanto erramos? Já percebeu o quanto somos individualistas, indelicados e incoerentes?
Não é mais possível aceitar um mundo em que as pessoas não se veem como irmãs, não se enxergam como partes de um todo. É inaceitável convivermos com crimes ambientais, maus-tratos de animais, pássaros presos em gaiolas, alimentos contaminados com veneno.
Temos agora a oportunidade de recomeçar, de reconstruir uma sociedade em que os benefícios sejam para todos, em que tenhamos tranquilidade para andar nas ruas, prazer de respirar um ar puro e alegria de estarmos vivos. Vamos começar pela gente, melhorar o que está dentro de nós, e, então, tudo ao nosso redor ganhará ares de guinada, de renovação, de um tempo verdadeiramente feliz.
Um lindo 2017, repleto de saúde, verdade e amor!
pedro antônio de oliveira