15.9.16

Carta aos meus netos


Quando eu for grande, quero ser
Um bichinho pequenino
Pra me poder aquecer
Na mão de qualquer menino.

Quando eu for grande, quero ser
Mais pequeno que uma noz
Pra tudo o que eu sou caber
Na mão de qualquer de vós.

Quando eu for grande, quero ser
Uma laje de granito
Tudo em mim se pode erguer
Quando me pisam não grito.

Quando eu for grande, quero ser
Uma pedra do asfalto
O que lá estou a fazer
Só se nota quando falto.

Quando eu for grande, quero ser
Ponte de uma a outra margem
Para unir sem escolher
E servir só de passagem.

Quando eu for grande, quero ser
Como o rio dessa ponte
Nunca parar de correr
Sem nunca esquecer a fonte.

Quando eu for grande, quero ter
O tamanho que não tenho
Pra nunca deixar de ser
Do meu exato tamanho.

manuela de freitas

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