A palavra despedida passou a fazer sentido pra mim na tarde de 29 de janeiro de 1990. Eu era jovem assim. Ainda não tinha visto quase nada das coisas que existem. Ela pediu com jeito de quem adivinha: "Você não chore não, tá!?" Só que era um pedido difícil demais, doído demais! Na hora eu prometi, claro! Mas quebrei a promessa no instante seguinte. Com a chegada de outras tardes azuis como aquela, a dor foi saindo de fininho, dando lugar a recordações tão belas que o que restou hoje foi seu carinho reinando feliz no álbum de retratos da minha vida.
Ficou morando ali, bem no alto, uma estrela de nome tão simples:
Maria Januária.
PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
4 comentários:
Ai, Pedro! Que história linda!
Achei -realmente!- comovente. É tão absurda de bonita e simples, que emociona demais!
Ela devia ser uma avó batuta e supimpa à beça!
Ah, pode deixar que eu vou escrever em tudo quanto è canto mesmo..até em capa de apostila do colégio...!
Beijão emocionado da
Lu Paes
♥
Ihh, Pedro..eu, uma escritora famosa? tá difícil vio...
hahahhaha
Eu prefiro fazer como Clarice Lispector disse: continuar sendo amadora, pois a partir do momento em que se passa a ser escritora profissional, vem a obrigação de escrever. Não quero escrever pois sou obrigada, quero escrever porque é melhor que respirar, porque é natural, porque assim eu posso viver e existir, tudo misturado e ao mesmo tempo!
Diz: eu sou louca ou não sou?
hahaha
Beijos da amiga
Lu Paes
♥
Lembrei de uma das músicas que eu mais gosto, chamada "Poema", destinado para uma avó também. Gostei muito de tudo o que li por aqui. ;)
http://www.youtube.com/watch?v=NPByPGvxegg
Esse é o link com a música "Poema", letra do Cazuza e interpretada pelo Ney Matogrosso. A letra foi achada depois da morte do Cazuza, esquecida numa gaveta.
"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo"
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