Durante esta pandemia, comecei a rastrear os aviões no céu. Toda tarde, caminhando entre os muros da minha casa, me habituei a seguir aqueles pássaros de ferro por meio de um aplicativo. Então descubro de onde vêm e para onde estão indo. Se vão viajar para muito longe, se trazem alguém de volta pra casa.
Fico imaginando as pessoas lá dentro com suas histórias, seus sonhos, suas tempestades e alegrias. Fico querendo também ganhar a liberdade, abrir as asas, deixar as preocupações de lado, encontrar meus amigos, abraçar de novo, sorrir, sentir o vento atrapalhar meus cabelos, o sol dourar meu rosto e aquecer minha esperança.
Tão bonita a vida, tão preciosos os encontros, tão necessário o afeto. Quando foi que começamos a nos perder? Se seguirmos a fumacinha branca daquele avião, encontraremos de novo o paraíso do qual um dia fomos expulsos?
Em tempo: Hoje minha cidade decidiu fechar todo o comércio não essencial outra vez. Agora o perigo do tal vírus ameaça as crianças. Há várias internadas e outras na fila de espera. Estou me sentindo triste.
Pedro Antônio de Oliveira
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