24.2.20

Uma história real sobre anjo


Descobri que tenho um anjo da guarda. Nas horas de aperto, dizem que é só chamar por ele.

Uma vez, na saída de um shopping, dois zonzos, meu primo e eu chamamos a atenção de meio planeta; ai que vergonha! Quase fomos atropelados. Sorte que eu o puxei pela camisa. O som da freada do carro foi horrível! Até hoje ecoa em meus ouvidos. Depois daquela façanha, com um pouquinho mais de treino, poderíamos facilmente seguir a profissão de dublê. Mas fiquei pensando... será que foi o anjo? Será que foi ele quem soprou no meu ouvido: “segura aí esse distraído ou ele vai quebrar umas costelas!”?

Quantas vezes, bem na hora de sair de casa, perdi minha carteira ou as chaves e, por isso, ficava um tempão procurando os objetos desaparecidos. Será que era o anjo me atrasando para evitar algum acidente ou assalto? Anjo faz isso? Bagunça a vida da gente pra nos livrar de apuros? Ou são simplesmente minhas trapalhadas? Dizem que se a gente não ligar pra ele, o coitado do anjo fica sem graça, se sente esquecido, pensando que não é importante e, daí, acaba dando no pé.

Um dia, quando ia pra escola, aconteceu algo também bastante esquisito, desta vez, esquisitíssimo. Era uma manhã dessas normais, após uma noite de muita chuva, em que os semáforos, alucinados, ignoravam a pressa dos carros e dos pedestres.

Quando percebi que o sinal de trânsito não estava funcionando direito, fiquei nervoso. Foi como se as lembranças do quase-atropelamento em frente ao shopping brotassem de novo na minha cabeça.

Depois de algum tempo, consegui atravessar uma das faixas e fiquei no canteiro central, esperando uma oportunidade pra me livrar daquela fria. O vento dos automóveis e o barulho dos motores me davam arrepios.

Alguns malucos aventureiros se arriscavam, tirando lasquinhas nos veículos, e os veículos tirando lasquinhas neles. Meu coração pulsava de medo, querendo fugir pela boca. Ao meu lado, um desconhecido puxou conversa e alertou: “Cuidado, garoto, não atravesse agora!”. Olhei pra ele e pensei: “quem é esse sujeito, meu Deus?”. Ele continuou: “Espere só um pouquinho. Logo a gente consegue atravessar com segurança. Eu morro de medo. Você não?”. Nem respondi, porque fiquei surpreso com aquele estranho falando comigo.

Bem, e foi assim que, após alguns segundos, cruzamos a via juntos. Fomos em silêncio pela calçada. Àquela altura do campeonato, já havia me acalmado. Até me esqueci do medo e troquei duas ou três palavras com o tal cara. Meu ônibus surgiu e me apressei pra não perdê-lo. Antes, resolvi me despedir do rapaz que atravessou comigo a avenida; afinal, ele tinha sido simpático.

O ponto estava lotado e não consegui mais avistá-lo. Entrei no lotação, passei pela roleta com o olhar fixo na multidão lá fora. O homem tinha desaparecido. Mas, como? Pra onde? Não havia outro ônibus no qual ele pudesse ter se metido. Não havia outra rua pela qual ele pudesse ter seguido.

O coletivo arrancou devagarinho e meu pensamento de novo se perdeu de espanto. Será que era ele, meu anjo da guarda dando sopa? De novo?

Pedro Antônio de Oliveira

Curiosidade: Dizem que meu anjo da guarda se chama Haiaiel. É fácil descobrir. Existem muitos sites por aí que revelam quem é seu anjo da guarda, bastando informar a data de nascimento. O anjo Haiaiel confunde o mal e ajuda todos que querem se livrar de pessoas que praticam a maldade. Incentiva a ter garra e perseverança na luta em favor da paz e para alcançar os objetivos na vida. O influenciado por esse anjo será livre de perversidade ou negatividade. Ele trabalha para Deus com inteligência e coragem para superar a opressão e a servidão. Terá a proteção divina para tomar a decisão certa. Libertará os fracos e oprimidos superando as adversidades. Protege e leva à vitória, com braveza e coragem.

Nenhum comentário: